FREI BETTO |
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Meu grupo apresentou o livro “A menina e o elefante” Graças a Deus a apresentação que meu grupo fez foi um espetáculo, adorei apresentar sobre o autor Frei Betto. Agora estamos sabendo muitas coisas sobre ele.
Luciana
Eu,
Thais junto com os meus colegas David, Ingrid, Luciana, Karla, Victor, Angélica,
Cristiano, Samuel, Aline, Lucas, Raquel, apresentamos um teatro sobre o
livro “A menina e o elefante” de Frei Betto. Frei
Betto nos enviou um e-mail, e falou que nós somos um dos poucos que
apresentam seus livros. Nós
mandamos uma carta para o autor, falando um pouco do que nós fizemos na
escola sobre o livro "A menina e o elefante". Também li um
outro livro de Frei Betto chamado "Uala, o amor" também achei
legal. Adorei
fazer o trabalho sobre o livro "A menina e o elefante". Na
primeira apresentação a
Aline foi a bailarina a
Luciana apresentou o livro para a turma
a
Karla foi o burro que tocava flauta o
Victor foi o dono do circo a
Ingrid foi a menina Mariana o
David foi o elefante Afrânio.
Agora
na segunda vez eu
Thaís vou ser a bailarina o
Victor o dono do circo a
Ingrid a Mariana a
Luciana vai apresentar o livro o
David vai ser o Afrânio a
Angélica a mãe da Mariana o
Samuel o pai da Mariana o
Lucas o dono do zoológico a
Karla o mágico a
Raquel a mulher barbada e
o Cristiano o gato que recita poesias.
Adorei
o trabalho, foi muito legal !!! Thais – turma: 2132B
Eu e o meu parceiro Francisco achamos muito legal o livro “Uala e o amor”. Ela fala sobre o índio que tentava salvar o rio. Não achamos muito bom porque os homens brancos machucaram muito o rio: eles jogavam madeira no rio, e o rio ficava muito triste. Eles nos ensinou a não jogar lixo no rios e lagos e muito mais....
Marlon e Francisco
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Apresentação do teatro sobre o livro " A menina e o elefante"
Sou
mineiro, de Belzonte, onde nasci em 1944, e passei a infância entre árvores
frondosas, bondes preguiçosos e montanhas com picos.
Mais tarde, cortaram as árvores para alargar avenidas, aposentaram
os bondes para dar lugar aos carros e deixaram as montanhas ocas e sem
picos. Mas não me tiraram a
infância, que é esse permanente estado de espírito de quem sabe olhar a
flor e enxergar a primavera, ver o garoto pobre na rua e sonhar com o
mundo de justiça, ouvir uma música e imaginar todo mundo bailando, como
se a vida fosse só festa. Aos
vinte anos, Deus invadiu a minha vida e ocupou meu coração como um
posseiro teimoso. Fiquei
frade - que significa irmão, irmão de todos vocês que acreditam no amor
como a única riqueza a ser almejada. Gosto
de cozinhar, de viajar de trem e de sonhar um mundo diferente, onde todos
vivam como irmãos, em torno do mesmo Pai.
Não gosto de hambúrguer, de gente que carrega o rei na barriga e
de tristeza. Escrevo como
quem respira: para sobreviver. Já
rodei mundo. Vi uma saída de
escola em Pequim e fiquei imaginando como as mães conseguiam distinguir
seus filhos!... Em Hong Kong, fiquei com pena da gordura daqueles meninos
estufados de tanto comer em lanchonetes.
Em Havana, aprendi que a melhor enfermeira da criança é a própria
mãe, que em cuba acompanha o filho quando ele vai para o hospital.
Em Paris, fiquei indignado num restaurante porque um casal se
queixou da menina que chorava na mesa ao lado... e pediu ao garçom um
bife especial para o cachorro a seus pés.
No México, perguntei ao garoto porque ele pedia esmolas.
Pues
que tengo hambre, hombre - me
disse ele. “A
menina e o elefante” é o meu segundo texto de literatura
infanto-juvenil. O primeiro,
em parceria com a minha mãe, é o Fogãozinho,
culinária infantil em histórias (Rio de Janeiro, Nova Fronteira,
1984). Minha mãe, Maria
Stelia Libanio Christo, entrou com as receitas para ensinar as crianças
(meninas e meninos) a cozinhar - sem usar faca e fogo - e eu, com as histórias
de João Limonada. Sempre
admirei elefantes. São como
animais pré-históricos que chegaram até a nossa época.
Agora, por causa da ganância capitalista dos caçadores de marfim,
estão ameaçados de extinção. Esta
história de A menina e o
elefante nasceu em mim em 1987, quando eu estudava na Inglaterra.
Senti que eu era diferente dos meus colegas de escola,
porque eu tinha um elefante. Na
vida é assim, há pessoas que ousam ter elefantes, quando o normal é ter
cachorrinho, gatinho, passarinho e outros inhos. E todos sabem que ter elefantes incomoda, incomoda muita
gente! ...
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Belo Horizonte, 06 de novembro de 2003. Prezado Frei Betto Nós somos alunos da 5a série da Escola Municipal Mestre Ataide em Belo Horizonte, Minas Gerais. Nós participamos de um Projeto de incentivo á leitura aqui na escola. Em fevereiro, fomos á biblioteca escolher um autor para pesquisar e divulgar entre colegas. Como meu grupo estava desanimado escolhemos o livro “A menina e o elefante”. Na verdade escolhamos porque era um livro fininho e ainda com um montão de figuras. Até então em nosso grupo havia colegas que tinham aversão a livros. Ainda não te conhecíamos e nem tínhamos ouvido falar de você. Comecemos pela biografia que o livro traz. Nos assustamos ao ver o monte de livros publicados, até em outros paises. Depois, na sala de informática, visitamos algumas paginas que falam sobre você. _ Puxal Esse homem é muito importante. Comentou a Thais. Descobrimos que você nasceu em Belo Horizonte. Victor indagou._ Será que ele ainda vem a BH ? O que mais nos surpreendeu foi a história da prisão. Como pode? Um mineiro, jornalista, escritor, Frei e assessor da Presidência ter sido perseguido e preso por quatro anos. Essa história de prisão trouxe muita discussão para o grupo. Lá na vila, vai preso quem é criminoso, bandido, aquele que vacila ao passar a droga, gente que ainda não sabe quantas coisas boas podemos fazer da vida. Mas um "leitor voraz, que tem tanta facilidade para ler, escrever e criar personagens geniais como Uala, o Palhaço Carambola, o Afranio, a Mariana e tantos outros personagens legais, poderia acabar preso? Injustiça dos homens? No grupo 5, houve muita discussão quando decidimos escrever esta carta porque todo mundo queria colocar seu ponto de vista e foi difícil chegar a conclusão de que alguém anotaria as falas, depois escreveria a carta, tentando colocar um pouco do pensamento de cada um. Mas se eu fosse escrever tudo ia dar a maior preguiça para ler e você com certeza é um homem muito ocupado. O Victor insiste em dizer que se você viesse aqui, falar para a turma do Projeto, que você aos 13 anos já era um leitor em potencial, ajudaria muito. Porque uma coisa é a gente sair falando, fazendo teatro, inventando frases para incentivar a leitura, outra é o próprio autor dar testemunho. Sabemos quantas coisas importantes e sérias você deve ter para fazer todos os dias. Mas de tanto falar de você para as pessoas e de ler sobre VOCÊ, sem querer te sinto perto de nós. Talvez porque eu, Luciana, também olho a flor e enxergo a primavera, vejo a mesa com um pedaço de pão para dividir para a família e enxergo um banquete e mesmo tendo uma vida meio dura, acredito no amanhã. Nós do grupo de Frei Betto é como a professora nos chama, temos também um elefante que incomoda professores, diretor, coordenador, amigos, vizinhos e até nossos pais.Mas não temos medo de sonhar. Por isso tudo e muito mais é que gostaríamos que você respondesse nossa carta, ou melhor, nossa pergunta. Existe a possibilidade de você visitar nossa escola até o dia 12 de dezembro de 2003, pode ser até num sábado, e falar para os alunos das 5a séries o quanto é importante gostar de ler, para crescer por dentro, por fora e pela vida inteira? Esperamos ansiosos sua resposta. Nosso e-mail é: lerparaser@zipmal.com.br |
Resposta
ao convite dos alunos da 5ª série
Queridos
Luciana, David, Samuel, Angélica, Ingrid, Raquel, Victor, Lucas, Karla,
Cristiano, Thaís, Aline e Luciana Braga,
Muito
obrigado pela carta e pelas fotos que vocês me enviaram. Foi comovente
saber da intensa divulgação que fizeram do meu livro e da minha
biografia. Respondendo ao Victor, sim, continuo indo a Belo Horizonte,
onde vive minha mãe, sempre que posso. Ultimamente, por conta dos incontáveis
compromissos com o Programa Fome Zero, essas visitas têm sido raras, como
vocês podem imaginar.
Por
este motivo, estou sem horário na minha apertadíssima agenda para me
deslocar a Belo Horizonte no mês de dezembro. Mês de Natal, tenho
que espalhar o Fome Zero para evitar que as crianças do País fiquem
sem o pão no dia do aniversário de Jesus.
Quanto
a falar aos alunos sobre a importância de ler "para crescer por
dentro por fora e pela vida inteira", penso que vocês já têm feito
isso muito bem, como relatado na carta.
Conto
com a compreensão de vocês e encorajo-os a carregarem sempre
um livro, mesmo achando que não terão tempo para ler. No fim da semana,
vocês se surpreenderão com o quanto foi possível ler.
Meu
abraço amigo e as bênçãos de Deus,
Frei
Betto
Assessor
Especial do Presidente da República
Coordenador da Mobilização Social do Programa Fome Zero