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Teatro - A pílula Falante

Biografia       -      Relatório

 

 

NARRADOR: - Estava no sítio de Dona Benta outra vez.  Narizinho correu para casa. Assim que viu Dona Benta foi dizendo.

 

DONA BENTA: - Onde  se viu Narizinho! Uma menina do seu tamanho andar com uma boneca em fraudas de pano.

 

EMÍLIA: - Culpa dela, Dona Benta! Narizinho tirou a minha saia para vestir o sapão rajado. 

 

 

NARRADOR: - Disse Emília falando pela primeira vez. Depois que chega ao sítio.

 

NARRADOR: - Tamanho susto levou Dona Benta que por um triz não caio de pernas serradas. De olhos arregaladíssimos, gritou para a cozinha. 

 

DONA BENTA: - Corra Nastácia! Venha ver este fenômeno...

 

NARRADOR: - A Negra apareceu na sala, enxugando as mãos no avental.

 

TIA NASTÁCIA: - O que é, sinhá? - perguntou.

 

DONA BENTA: - A boneca de narizinho está falando! 

 

NARRADOR: - A boa negra deu uma risada gostosa.

 

TIA NASTÁCIA: - Impossível, Sinhá? Isso é coisa que nunca se viu. Narizinho está mangando com você.

Mangando o seu nariz? - Gritou Emília

 

EMÍLIA: - Falo, sim, e hei de falar. Eu não falava porque era muda mas o doutor cara de coruja me deu uma bolinha de sapo e eu engoli e fiquei falando e hei de falar a vida inteira sabe?

 

NARRADOR: - A negra abriu a maior boca do mundo.

                                               

TIA NASTÁCIA: - É fala mesmo, Sinhá!... - exclamou no auge do assombro. 

- fala ?? Que nem gente! Credo! O mundo está perdido...

 

EMÍLIA: - Perdido é o seu nariz tá...